.

.
.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Radiação no Japão - Catástrofe Ambiental

Aqueles que permaneceram na capital japonesa estocavam alimentos e outros suprimentos, temendo os efeitos da radiação, que levou pânico à cidade de 12 milhões de habitantes.
No principal aeroporto da cidade, centenas de pessoas se enfileiravam, muitas delas com crianças, para embarcar deixando o país.
“Não estou muito preocupado com um outro terremoto. É a radiação que me assusta”, disse Masashi Yoshida, enquanto segurava a filha de cinco anos no aeroporto de Haneda.
Turistas, como a norte-americana Christy Niver, deram um basta. Sua filha Lucy foi mais enfática. “Estou apavorada. Estou tão apavorada que preferia estar no olho de um tornado”, disse. “Quero ir embora.”
Muitas lojas não tinham mais arroz, um produto essencial no Japão, e as prateleiras que tinham pão e macarrão instantâneo estavam vazias.
Cerca de oito horas depois de novas explosões acontecerem na usina, a agência meteorológica da ONU informou que os ventos estavam dispersando o material radioativo para o oceano Pacífico, distante do Japão e de outros países da Ásia.
A Agência Meteorológica Mundial, sediada em Genebra, informou, no entanto, que as condições climáticas podem mudar.
Alguns cientistas fizeram apelos para que a população de Tóquio mantenha a calma.
“O material radioativo vai chegar a Tóquio, mas ele é inofensivo ao corpo humano porque ele se dissipará até chegar a Tóquio”, disse Koji Yamazaki, professor da escola de ciência ambiental da Universidade de Hokkaido.
“Se o vento ficar mais forte, isso significa que o material voará mais rápido, mas também que dispersará ainda mais no ar.”
As consequências podem ser devastadoras. “O impacto da liberação de radiação ao meio ambiente não impacta apenas a população diretamente afetada na área. A radioatividade perdura por várias gerações, tanto em organismos humanos, quanto em terras que deixam de produzir alimentos ou servir de moradia a populações, como foi o caso em Chernobyl”, disse o responsável pela campanha de energia do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo.
Em reportagem publicada no jornal americano
New York Times, especialistas já haviam alertado que a usina não estava funcionando adequadamente logo em seguida ao terremoto. A reportagem relata que quantidades de césio foram detectadas, uma indicação clara de que o combustível que alimenta a planta já estava danificado.
Apesar disso, as autoridades se mantiveram inertes por horas até ordenarem a evacuação da área. Horas essas valiosas para a vida de milhares de pessoas. Para Baitelo, a falta de informações claras das autoridades é um dos principais problemas num caso como esse. “As informações que chegam das autoridades são desencontradas. Percebe-se clara falta de transparência quando o governo japonês diz que a situação está sob controle, quando na verdade ainda há um risco ainda iminente de derretimento do núcleo de dois reatores e a probabilidade de mais vapores radiotivos serem liberados ao meio ambiente para o controle da temperatura dos reatores”.
No Brasil, apesar de termos “apenas” duas usinas – número irrisório se comparado ao Japão, que possui 55 plantas – o problema não é diferente. Transparência é palavra rara no vocabulário dos administradores do complexo nuclear brasileiro, que não assumem a responsabilidade, por exemplo, da contaminação provocada pela mina de urânio de Caetité. Por aqui a fiscalização e a regulação do setor nuclear cabem ao mesmo órgão, o Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN), trazendo uma série de contradições entre o desenvolvimento dessas atividades e a garantia da segurança das operações.
As explosões e incêndios ocorridos no complexo nuclear de Fukushima, no Japão, resultou na contaminação de aproximadamente 200 pessoas, segundo informações das agências de notícias. As vítimas foram expostas à radiação vinda das instalações atômicas.
Essas informações foram somente as noticiadas, mas imaginem as consequências que a população, o meio ambiente e os animais sofreram e poderão sofrer. Não sei o que nos aguarda, mas que a natureza esta mudando... basta olhar a nossa volta.
Fontes:

http://www.nytimes.com/2011/03/13/world/asia/13nuclear.html?_r=3&hp

Nenhum comentário:

Postar um comentário